Voltaram a telefonar... Eu já sabia que isto era desse tipo de esquemas, mas como tinha ouvido falar do tal rastreio na zona Oeste, ainda ponderei inicialmente que fosse isso. Mas quando falam de ser preciso os 2 membros do casal... Isso denuncia logo a verdadeira motivação desta gente...
Confrontei a pessoa que me telefonou com a validade do tal rastreio, perguntei se era feito em articulação com a ARS Lisboa e Vale do Tejo e ele diz «Sim, é isso mesmo.» E eu pergunto «Mas está a dizer que sim só pq eu disse o nome da Administração que controla esse tipo de rastreios?»...
O senhor que telefonava começou a ficar mais irritado, dizia que não era para vender nada, que eu estava enganada... Que era uma iniciativa privada com autorização do estado, que acediam aos "inquéritos feitos pelo Ministério da Saúde"... Perguntei qual era a empresa privada que promovia o rastreio, deu-me o nome de Ortobedding. Nem precisei de procurar para depreender que era uma empresa de venda de colchões ortopédicos... (Embora o tenha confirmado posteriormente.) Mesmo confrontado com isto o senhor dizia que não era para vender nada e chegou ao ponto de dizer que não havia sentido em continuar a chamada pq eu "estava enganada e não me conseguia convencer". Até que enfim, um pouco de bom senso.
De seguida procuro no Google por rastreios e Ortobedding, encontro esta bela notícia do Correio da Manhã:
http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=2401B0F2-F9E8-48EE-B9D9-06B5AFBBD9BD&channelid=ED40E6C1-FF04-4FB3-A203-5B4BE438007ENa notícia referem para contactar a ASAE… Resolvi ligar para lá para ver se podia alertar para esta situação, afinal o objectivo da ASAE não é fiscalizar as “actividades económicas”? Ou será apenas para multar e tramar as pessoas que tentam fazer um negócio honesto?
A conversa que tive com o senhor que me atendeu o telefone foi surreal… Disse que a ASAE “não actua nestas circunstâncias”… Se eles querem fazer o rastreio que façam e se querem vender colchões, que vendam! – Mas não é publicidade enganosa aliciar as pessoas para fazerem um rastreio quando a verdadeira motivação é vender/impingir artigos ortopédicos?? Gloriosa resposta: “ah eu só compro o que quero! Se não quero comprar venho-me embora…” – Então e as pessoas idosas ou outras mais susceptíveis de serem levadas nestas histórias? Enfim…
Para mim, o facto de mencionarem uma autoridade que pertence ao Ministério da Saúde para validarem o tal rastreio seria já por si criminoso, quanto mais a aliciação com motivos secundários que é a venda do tal material. Nem sequer ponho em causa a qualidade do material, só questiono o facto de negarem veementemente tratar-se de uma sessão de vendas, é claramente publicidade enganosa. Se querem vender tudo bem, mas não enganem as pessoas.